Um
carbono assimétrico ou quiral é um átomo de carbono que está ligado a quatro
grupos diferentes entre si.
Em 1874, o químico holandês Jacobus Henrique van’t
Hoff (1852-1911) e o químico francês Joseph Achille le Bel (1847-1930), por
meio de teorias matemáticas, sugeriram de modo independente a existência de
carbonos assimétricos.
Na época, eles foram criticados duramente,
principalmente van’t Hoff, pelo famoso químico alemão Adolph Wilhelm Kolbe
(1818-1884). No entanto, Kolbe estava enganado, hoje sabemos que existe sim um
carbono assimétrico, tanto que, em 1901, van’t Hoff foi o primeiro químico a
receber o prêmio Nobel.
Van’t Hoff (à esquerda) e Kolbe (à direita)
Uma das condições necessárias para que a molécula
possua atividade óptica é que ela seja assimétrica. Além disso, um modo de
verificar se ela é assimétrica é estudando sua estrutura detalhadamente para
ver se ela possui, pelo menos, um carbono assimétrico.
Mas, o que é uma molécula assimétrica e
um carbono assimétrico?
Algo simétrico é aquilo que possui pelo menos um
plano de simetria. Por exemplo, se cortarmos uma raquete de tênis ao meio, as
duas partes resultantes serão exatamente iguais. Além disso, se as colocarmos
de frente a um espelho plano, irão produzir uma imagem idêntica.
Já as estruturas que não admitem plano de simetria
são denominadas assimétricas. Um exemplo é a nossa mão, pois se a
colocarmos diante de um espelho, ela produzirá uma imagem diferente dela
própria. Se colocarmos a mão direita, a imagem será a da mão esquerda e
vice-versa. Outro ponto importante é que elas não são sobreponíveis.
É por isso que o carbono assimétrico também é
chamado de carbono quiral, sendo
que essa palavra origina-se de khéir que em grego significa mão.
Um exemplo de molécula assimétrica é a talidomida,
cuja estrutura é mostrada a seguir:
O ponto localizado com um asterisco (*) corresponde
a um carbono assimétrico, pois ele possui quatro ligações covalentes que são feitas com diferentes átomos.
Abaixo, um carbono com quatro ligantes diferentes
na frente de um espelho. Observe que a imagem não pode ser sobreposta sobre a
estrutura original:
Voltando ao caso da talidomida, devido ao fato dela
possuir carbono assimétrico, o resultado é que a molécula passa a ter uma
imagem não superponível, o que corresponde à outra substância. Assim, temos
dois isômeros da talidomida com propriedades extremamente diferentes.
Um desses isômeros (R) possui propriedades
sedativas. Por isso, no final da década de 50, ele passou a ser usado como
medicamento tranquilizante e sonífero para grávidas. Isso desencadeou uma
tragédia, pois o seu enantiômeros (S) também estava misturado ao medicamento.
Esse isômero, por sua vez, é teratogênico e levou várias gestantes a terem seus
bebês com mãos, pernas, braços e pés atrofiados.
Graças aos estudos avançados descobriram essa característica mortal.... coitados das crianças da época
ResponderExcluirPor:quimicrazyjackelineluciano..
Assunto muito interessante!!
ResponderExcluirBem esclarecedor!!